Definitivamente, a escrita para a web em muito se diferencia para a praticada em outros meios. Uma pauta bem escolhida no meio online pode ser comparada a uma boa semente, que germina a partir do momento em que são utilizados os insumos corretos para o seu plantio. Boas sementes são sinônimo de árvores fortes? Nem tanto! A partir do momento em que você conhece bem a sua terra (em outras palavras, o seu público), fica mais fácil escolher a semente certa. No caso da web, sendo você um estrategista de conteúdo, esse processo requer um trabalho de lapidação, que certamente é pouco diferente do praticado em outros meios.

Transpondo para o mundo real, a lapidação se resume no trabalho de identificar as palavras e expressões que cairão como uma luva em seu texto. São detalhes que, na verdade, podem fazer toda a diferença. E quando falo “cair como uma luva”,  não me refiro somente à linguagem, ou ao estilo que determinada palavra, ou conjunto de termos, ditará ao texto, mas, também, à sua melhor indexação nos buscadores. A web é um meio tecnológico e, como tal, possui suas próprias leis, que no caso dos sites de buscas são definidas por algoritmos específicos (entendeu por que a escrita para a web é bem diferente da praticada em outros meios?). Ou seja, é preciso estratégia na escolha das palavras.

Antes de mais nada, não estou fazendo aqui apologia a textos robóticos (como os traduzidos pelo Google Translate), muito pelo contrário. Escrevemos para seres humanos, não para máquinas. Estou pregando a utilização de uma dose de “malícia semântica” para que o seu conteúdo tenha a melhor indexação possível.

Identificando a visibilidade de uma palavra-chave

Vamos aos exemplos! Imagine que você é um redator de uma grande marca que atua no mercado de venda de produtos esportivos e lhe incumbiram de fazer uma pauta que ensine a como escolher um bom tênis para corrida. Qual dos dois conjuntos de títulos e subtítulos abaixo você usaria?

Exemplo 1: 
Aprenda a como escolher um bom tênis de corrida

Confira o que as principais marcas do mercado têm a oferecer

Exemplo 2: 
Aprenda a como escolher um bom tênis para corrida
O que marcas como Asics, Adidas, Reebok e Mizzuno têm a oferecer?

Para resolver este dilema, existe uma ferramenta bem bacana, chamada Google Keywords Planner, que mede a quantidade de buscas mensais que as pessoas fazem por determinado termo no Google. Sabe aquele chaveiro que não desgruda do seu bolso? Então, caso seja um produtor de conteúdo, o mesmo deve ser feito com o Keyword Planner. Na hora de trabalhar uma pauta no meio online, essa ferramenta, que é um recurso integrante do Google Adwords, deverá ser o seu “guia” na escolha das melhores palavras-chave para o seu texto. Então, vamos aos números.

Para o meu título fictício, fiz uma pesquisa no Keyword Planner para os termos “tênis de corrida” e “tênis para corrida”. Observe que a única diferença entre eles está nas preposições “de” e “para”. Parece bobagem, mas não é! Veja a incidência de buscas encontrada para ambas as expressões:
Tênis de corrida: 880 buscas mensais realizadas.
Tênis para corrida: 1.600 buscas mensais realizadas.

Qual termo você utilizaria em seu título? Preciso nem perguntar, né? Uma tem o dobro da outra no que se refere à procura. Partindo para o subtítulo, a coisa fica ainda mais séria. A incidência de buscas pelas marcas citadas no segundo subtítulo é bem grande, e não poderia ficar de fora, caso você queira dar grande visibilidade ao seu conteúdo. Vamos aos números das buscas mensais novamente.

Adidas: 450 mil;
Mizuno: 110 mil;
Asics: 74 mil;
Reebok: 22 mil.

Desperdiçar essas palavras de grande força em seu texto não é uma boa estratégia, certamente. Por fim, e tendo esses dados à mão, eu criaria uma terceira opção de título, com força máxima em termos de SEO (Search Engine Optimization). Segue abaixo.

Adidas, Mizuno, Asics, ou Reebok: qual o melhor tênis para corrida?

Abraços e bons conteúdos!